Oiê! A edição de fevereiro chegou com novidade! :)
A partir de agora as edições da newsletter trarão reflexões e textos autorais também em áudio. 🎧
Depois você me conta como foi sua experiência? Esse feedback é super importante. É só responder este e-mail. :)
Um beijo!
- bru.
Tempo estimado de leitura: 5min
O que tem de errado com a minha voz?
Muitas vezes creditei algumas das dificuldades encontradas no mercado de trabalho à minha voz e aparência.
Estereótipos criados para diminuir uma mulher com cara e jeito de menina, de voz aguda, fazendo um esforço danado para ser ouvida.
Quando me tornei líder do time de marketing digital na agência em que atuo, ouvi certa vez de uma colega: “Nossa, não consigo te imaginar como líder com essa vozinha.”
O feminino sempre foi visto como fraco, percebe?
Graças a essa fala, me questionei se liderar era mesmo sinônimo de falar grosso, estufar o peito e me sentir dona do mundo e dos outros.
Mas aí entendi que eu podia fazer as coisas do meu jeito.
O problema, na verdade, não estava na minha voz, mas na crença que muitas pessoas carregam de como deve ser e se portar uma pessoa em posição de liderança, uma autora de terror, uma mulher casada, uma mãe, uma avó… como se não pudessem existissem outras formas de ser.
Nos querem obcecadas por correr a maratona da insuficiência, essa, que não tem linha de chegada.
Mas, sem pedir licença, eu digo: eu vou, sim, usar a minha voz.
Minha voz tem volume. No canto, na escrita e, também, nas palavras ditas.
Te convido a vir comigo!
E o livro, hein?
“— Mas porque você está fazendo isso? O que você vai ganhar com isso? — General, impaciente, mais uma vez questionava a Criança pelas mesmas coisas.
— Eu preciso fazer — A Criança respondeu de punhos cerrados, batendo o pé — Você não entende. Se eu não fizer, ambas morreremos lentamente, não haverá nada umedecendo nossa alma. Faço isso por nós duas, mesmo que não acredite.
— Mas de que vale tudo isso? — General ainda não conseguia entender. Estava cega demais performando para o mundo exterior.
— Vale por nós. Escrever é o que nos mantém fluindo. Não o faço para performar para o mundo, faço porque tenho muitas coisas a dizer.”
Esse é o diálogo que tenho travado comigo mesma. De um lado, minha Criança bate o pé, enquanto minha General cobra por resultados.
São poucas as mulheres ensinadas a explorar a criatividade por si mesmas, sem resultar ganho ao capital. Quanto mais descubro sobre mim, mais entendo que muitas vezes apenas me entreguei às expectativas alheias, na esperança de receber aplausos de quem me vê por fora.
Mas escrever é expor as vísceras e caminhar por uma jornada solitária e silenciosa.
Janeiro foi o primeiro mês aplicando meu plano de ação para a escrita de Mariposa da Morte, e posso dizer que estou muito feliz com o progresso.
Bati o pé para não deixar as obrigações e compromissos do dia a dia minarem meus momentos dedicados ao livro. As famosas 3 horinhas tão sagradas da minha semana.
E ao estudar para desenvolver meus personagens, o livro A Jornada da Heroína também foi muito importante no encontro da minha própria jornada. Entendi com mais clareza as minhas motivações pessoais, e me conectei com meu eu e anseios.
Foi uma terapia à parte, que me trouxe uma realização genuína.
Por isso, depois de tantos anos, finalmente estou conseguindo escrever meu livro, finalmente estou navegando mar adentro, longe da terra firme, do raso.
Nesse processo, que alguns consideram absurdo por eu não escrever todos os dias, encerrei o mês com 5 capítulos escritos, sendo que o 6º já está na metade — acho importante quantificar o progresso para visualizar o avanço, não como um comparativo de rapidez ou lerdeza da minha parte, tá?
Só sei que após encontrar minhas obsessões e motivações, nada, nem ninguém, nem outras versões de mim poderão tirar a satisfação das minhas escolhas.
Isso é bom. Significa que comecei para não parar.
O tal do ChatGPT
A última vez que falei sobre inteligência artificial foi em agosto de 2022, na segunda edição da newsletter.
Naquele mês, as imagens criadas por inteligência artificial estavam bombando, e de lá para cá, uma infinidade delas ganhou espaço e notoriedade. O ChatGPT, AI que cria textos, foi uma das que ficaram em evidência.
E claro que eu já testei. Com ele, eu:
pesquiso
construo ideias
crio estratégias
desbloqueio a criatividade
e criei uma pequena e despretensiosa história em quadrinhos
Ainda assim, existe muito a ser explorado.
Inclusive, esse rapaz aqui, usou o Midjourney e o ChatGPT para criar um livro infantil em apenas 72h.
Por hora, não vou entrar nas gigantescas e válidas discussões que rolaram em torno disso. Agora, quero apenas te mostrar que as inteligências artificiais já fazem parte do dia a dia de muita gente.
Mas será que elas vão roubar nossos empregos na indústria criativa? 🤔
Eu, na minha humilde opinião, acredito que não e concordo bastante com este artigo escrito pela diretora de estratégia, Daniele Lazzarotto.
As inteligências artificiais não substituem um texto autêntico, mas são ótimas ferramentas colaborativas.
Essa foi uma das pesquisas que fiz para o meu livro no ChatGPT:
No final de julho/22, por uma curiosidade pessoal, pedi para o Midjouney ilustrar alguns dos meus sentimentos com relação à ansiedade. Percebi que as imagens geradas dariam uma narrativa, e assim nasceu Implodir, uma história ilustrada por inteligência artificial, escrita por uma humana.
Depois, em dezembro/22, mais precisamente no dia 23, com a ascensão do ChatGPT, resolvi pedir para a AI escrever textos para as ilustrações do Midjourney.
No fim da experiência, criei duas versões de uma mesma história: a que foi escrita por uma humana (euzinha) e outra, pela inteligência artificial.
Tomatinhos
Uma seleção bem suculenta de links, inspirações e referências para você.
Você sabe qual é a causa, razão ou circunstância que essa seção se chama “Tomatinhos”? Se chegou agora, vem entender essa história na edição 3.
Colocaram a inteligência artificial para criar imagens inspiradas em Space Oddity do maravilhoso Bowie. O resultado ficou inspirador.
Um texto lindo e sincero da autora do livro “Quando as árvores morrem“, Tatiana Lazzarotto, sobre como se tornar uma boa escritora.
O método de escrita do Anthony Trollope consiste em intervalos de 15 minutos. Quem sabe não é uma boa para você, hein? (EN)
Por que os escritores descansam com as mãos perto da cabeça? Esse post da autora Aline Bei me arrancou um sorriso.
Esse post perfeito da página Portguês é Legal fala sobre inovações na língua portuguesa e vale MUITO a pena.
Obrigada por ler mais uma edição do “bruna está digitando…” até o final :)
Todo mês, um novo conteúdo sobre processos criativos, escrita e inspirações direto na sua caixa de entrada.
Até março!
Bruna Corrêa — publicitária, redatora, escritora de ficção, e-mails e devaneios.
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Essa edição ficou SURREAL de incrível, Bru!
Sério mesmo, preciso tirar o meu chapéu!
Primeiro que um dos trechos me deu uma pancada tão bem dada que até botei o quote no meu diário kkkkkkk
E depois porque trouxe diversas reflexões e, além disso, cliquei em quase todos os Tomatinhos pra dar uma olhada.
Todos INTERESSANTÍSSIMOS!
Você arrasa demaaaais!