A edição deste mês está mais pessoal.
Mais uma vez concorri ao Prêmio ABERST de Literatura e o resultado deste ano me surpreendeu. Então claro que eu fiquei sentimental e fiz um textão sobre isso.
Espero que goste do relato. Escrevi com carinho.- bru
Tempo estimado de leitura: 5 min
O Stephen King quase me matou. 🔪
(e quem me dera que fosse de susto, viu?)
Como toda pessoa que preza pela qualidade do seu trabalho, estudar está entre as atividades que servem pra gente aperfeiçoar nossas habilidades.
Então, obviamente, achei que seria uma excelente ideia ler o livro Sobre a Escrita para turbinar meus escritos, afinal, são as palavras do mestre Stephen King.
Suas lições?
Para mim seriam mandamentos.
Suas palavras?
O ar que eu respiro!
Spoiler: gente, deu tudo errado.
Óbvio que a culpa não foi do King, nem do livro (que inclusive, achei excelente), tá? O problema foi que, assim como muita gente, eu caí na velha armadilha de transformar em verdades absolutas vivências que não fazem parte da minha realidade. O que só gerou estresse, bloqueio criativo e ansiedade.
Números determinados de palavras e escrever seu livro religiosamente todos os dias pode funcionar muito bem para algumas pessoas, mas não para mim. Foi difícil entender isso sem me sentir uma farsa.
Quando nomes consagrados da literatura trazem fórmulas como essas, também abrem espaço para os caga-regras de plantão que adoram menosprezar outros artistas por não seguirem o dito “certo“. Falei um pouco sobre isso na edição passada.
Mas foi conhecendo os processos de MAIS pessoas, estudando sobre criatividade e conhecendo a mim mesma, que comecei a montar a minha caixinha de ferramentas.
Gosto de pensar na criatividade dessa forma: um punhado de coisas que fazem sentido pra mim ou pra você, e que são usadas conforme a necessidade e o momento.
E você, o que prefere? Uma caixinha de ferramentas ou um manual de regras?
Ela é DESTAQUE ela.
Este foi o terceiro ano que me inscrevi no Prêmio ABERST, e sempre me esqueço que concorrer a premiações é um grande exercício de dar a cara a tapa e lidar com situações que fogem do nosso controle, com a única certeza de que fizemos o nosso melhor.
Escrevi meu conto intitulado “Nós“ em um curso de escrita criativa num caderninho que está sempre enfiado no fundo da minha bolsa. Foram 30 minutos para colocar as ideias no papel.
Terminei o exercício com sutis dores no pulso, mas orgulhosa da tensão criada em sala quando li a história em voz alta.
Algum tempo depois surgiu a oportunidade de participar do edital da Revista Diário Macabro. Dentre tantos contos submetidos, “Nós“ havia sido selecionado.
Depois veio a suada campanha no Catarse. A meta foi alcançada nos 45 do segundo tempo e me trouxe um dos momentos mais emocionantes que já vivi com a escrita: uma enorme movimentação entre amigos para fazer o projeto virar.
Bom, e o projeto virou, me dando a oportunidade de concorrer no V Prêmio ABERST.
E aí está o resultado. :)
O conto recebeu selo Destaque.
Fiquei aqui pensando: participar desse prêmio não é só sobre ganhar. Claro que queremos ser finalistas e levar a caveirinha para a casa, mas no fim das contas, acredito que seja mais sobre SE superar todos os anos, se incentivar a produzir, fazer o que gosta e dominar o ego.
Sendo assim, posso dizer que segui meu propósito mais uma vez e agradeço muito a todo mundo que me incentiva, apoia e acompanha essa jornada. Valeu mesmo! ❤️
E o livro, hein?
Em agosto consegui montar toda a estrutura do meu livro, ou seja, já sei tudo o que acontece na história do começo ao fim. Tudo feito à mão.
Peguei um papelzão gigante aqui em casa e comecei a desenhar minha história. Diferente de quando eu estava fazendo isso pelo computador, o processo manual fluiu super bem e foi muito gostoso. Pude usar minhas canetas coloridas, grifar, rabiscar e de fato me divertir.
Durante o processo de planejamento, também consegui identificar quais seriam as pesquisas preliminares, antes da escrita do primeiro rascunho.
Próximos passos: pesquisa e escrita dos primeiros capítulos.
Tomatinhos
Estava achando o termo “Anexos“ sério demais, então mudei o título em homenagem a história que inspirou a ilustrinha desta seção.
Eu e meu noivo queríamos muito um pé de tomate aqui em casa, sendo assim, pegamos as sementes de um tomatinho e platamos. Como bons pais de plantas, ficamos dias cuidando do pézinho, felizes com seu crescimento e os pequenos frutos que começaram a nascer.
Só que os tomates começaram a ficar roxo! Um roxão bem forte mesmo.
Iludidos com a possibilidade de ter um tomate muito raro, raríssimo, descobrimos que fomos enganados (tipo os pais de A Órfã) e que, na verdade, estávamos cuidando de uma erva-daninha chamada maria-pretinha. 🤡
Bom, apesar da trágica história de usurpação, achei que seria legal chamar esta seção de tomatinho, já que a ideia é trazer links diversos. Você nunca vai saber o que vai nascer daqui. ;)
Pegou a ref? Então vamos às coisas que achei legal compartilhar:
Agosto foi agitado por aqui. Fui convidada para bater um papo lá no Instagram do Mulheres Terríficas sobre soft horror. Já ouviu falar desse subgênero do terror?
Acredito que você poderá tirar coisas bem legais dessas 8 lições sobre criatividade (EN)
Esse artigo contém 144 gêneros e subgêneros da ficção para você conhecer (inclusive, foi nele que vi pela primeira vez o termo soft horror) (EN)
Obrigada por ler mais uma edição do “bruna está digitando…“ até o final :)
Todo mês, um novo conteúdo sobre processos criativos, escrita e inspirações direto na sua caixa de entrada.
Até outubro!
Bruna Corrêa.