🤘Edição #11: notas de uma escritora obcecada
afinal, esse livro não vai se escrever sozinho.
Oiê! Depois de um mês muito conturbado por aqui (deu para ver na edição passada, né?), com alívio, informo que abril trouxe ventos melhores e muita inspiração por aqui. ♥️
Por conta do feriado, a edição deste mês está sendo enviada em uma terça-feira, com Troca de Áudios com a Eliza Santana, criadora da agência de Marketing Literário “Outros Quinhentos”, atualizações sobre meu livro e como ele dominou minha vida, e um breve espaço para divulgar autores nacionais, afinal, 1º de maio também foi Dia da Literatura Nacional.
Ah! Como é bom estar de volta nos eixos! Espero que goste.
Um beijo,
- bru.
Troca de Áudios com Eliza Santana - um papo sobre marketing literário
Ou eu escrevo, ou divulgo meu trabalho. 🤯
Se você já teve esse questionamento, não apenas com relação à escrita, mas a respeito de qualquer trabalho artístico ativado em segundo plano na vida adulta, saiba que essa é uma sensação geral — você não está sozinhe.
Então, para acalentar os corações ansiosos, a convidada do Troca de Áudios dessa edição é super especial.
Eliza Santana é mestranda em Gestão da Economia Criativa e graduada em Publicidade e Propaganda com ênfase em criação, ambas pela ESPM-Rio. O foco das pesquisas acadêmicas é o estudo do mercado editorial, direcionado ao mapeamento do mercado literário independente.
Hoje é criadora da agência de Marketing Literário "Outros Quinhentos", onde desenvolve conteúdo sobre marketing direcionado a autores independentes, auxiliando-os na construção de um marketing efetivo para suas obras.
Conheço a Lizzie há uns bons anos, desde a época em que escrevíamos e líamos fanfics de bandas nos antigos Nyah! Fanfiction e Anime Spirit (ah, a nostalgia bateu forte por aqui).
Vem que o bate-papo foi uma delícia.
E o livro, hein?
No episódio anterior, nossa escritora (vulgo eu) seguiu sua jornada, enfrentando ogros e dragões que vivam em sua mente.
— Oh! Eu não serei suficiente? — ela roía as unhas.
Preocupada em provar seu valor, continuou tentando, até entender que não se pode apressar um fruto de ganhar corpo.
Cheguei no final de março escrevendo o capítulo 12 de A Mariposa da Morte e encerro o mês de abril no capítulo 17, com muitos questionamentos.
Vou ser bem sincera: a insegurança começou a bater por aqui.
Será que estou fazendo certo?
A história já está na metade, será que tá fazendo sentido?
As pessoas vão entender a mensagem que eu quero passar?
E digo mais! Meus personagens se tornaram reais. Conforme a narrativa avança, mais os conheço, mais eles ganham vida.
Agora, tenho a sensação de que passam o tempo todo comigo, como se andassem em bando atrás de mim, sussurrando em meus ouvidos suas histórias. De repente, me tornei a historiadora de suas vidas, com a importante missão de registrá-las.
Até questionei minha terapeuta se isso era normal, acredita?
Para minha tranquilidade, ela disse ser normal, sim. É como eu me comunico com o mundo, explicou.
Sou das histórias e das metáforas. As palavras são minhas ferramentas de arqueologia, usadas para escavar bem fundo, encontrar tesouros e, principalmente, ossos. Nesse processo, nada fica no lugar.
Conversando com outra escritora sobre processos criativos, concluí que todo escritor é assombrado pelo seu livro. Por onde ando, posso facilmente encontrar elementos que vão me lembrar dessas pessoas que criei.
Escrever um livro de suspense, que trata de questões psicológicas, me obriga a ficar introspectiva e cutucar feridas profundas. A arte não é para ser bonita, mas sim, uma zona segura para agarrar nossos monstros pelo colarinho.
É um espaço para dar vazão a sentimentos adormecidos. Passei a me importar demais com a história, imaginando que não gostaria de fazer mais nada da vida além de escrever.
Para mim, é muito importante fazer esse registro. Passei muitos anos sem conseguir curtir o processo, e agora, me sinto, de novo, como aquela Bruna que, aos 13, escrevia fanfics. Estou envolvida demais, obcecada, eu diria.
E a gente só sente medo quando fazemos algo que realmente nos importa. Não é?
Então vou com medo mesmo!
Em maio, minha ideia é revisar tudo o que escrevi até aqui. O motivo?
Conforme a história avançava, meus personagens ganharam mais corpo, voz, e passei a conhecê-los melhor. Tive a impressão de que algumas cenas escritas nos primeiros capítulos já não condizem mais com quem são.
Após fazer a revisão, darei continuidade na narrativa. O prazo que me dei para escrever o primeiro rascunho do livro está acabando. 👀
Na próxima edição, te conto se deu certo!
Dia da Literatura Nacional
Além do dia do trabalho, 1º de maio também marcou o Dia da Literatura Nacional.
Muito se fala dos clássicos, como Clarice Lispector e Machado de Assis, mas decidi usar esse espaço para falar dos autores e autoras que estão aqui, vivos e quentes, movimentando o mercado editorial apesar de todos os contratempos.
Leiam autores e autoras que estão vivos, incentivem seus trabalhos, discutam suas obras, recomendem, indiquem. Suas histórias precisam ser desbravadas.
E aí, qual autor ou autora nacional você indicaria?
Use os comentários para indicar. ♥️
Tomatinhos
Uma seleção suculenta com inspirações para você.
Fiquei viajando horrores nesse acervo com imagens de domínio público. Tem muita coisa!
[EN] Essa experiência do Joy Generator te incentiva a lidar com seus sentimentos e criar poesia através deles. Achei incrível.
Artistas protestam contra inteligência artificial. Sei que o assunto deu uma caída nos últimos tempos, mas sigo estudando para, em breve, trazer mais conteúdos a respeito por aqui. Mas já digo que assino embaixo no discurso do baterista do System of a Down, incluso na matéria: “[…] não vamos perder de vista a nossa humanidade tornando tudo instantâneo.“
Bom, a matéria é antiga, mas os questionamentos seguem válidos. Recomendo também a edição 8 da newsletter, em que falei sobre o ChatGPT.
Obrigada por ler mais uma edição do “bruna está digitando…” até o final :)
Todo mês, um novo conteúdo sobre processos criativos, escrita e inspirações direto na sua caixa de entrada.
Até junho!
Bruna Corrêa — publicitária, redatora, escritora de ficção, e-mails e devaneios.
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Foi um IMENSO prazer sair um pouquinho de "detrás da tela" e botar minha voz pra jogo nesse bate-papo INCRÍVEL!
É bom demais acompanhar sua carreira e ver como a gente cresceu e tá correndo atrás e investindo na nossa escrita e no universo literário como um todo.
Não canso de dizer o quanto amo os Tomatinhos, que inspirou eu criar um quadro igual nas news, me perco demais nesses hiperlinks e como essa teia de ideias vai me levando pra novas ideias.
Arrassou Bru!