Edição #5 - mais tédio, por favor 🍃 - parte 2
continuando nossa conversa sobre tédio e criatividade.
Opa! Estou animadíssima que chegou uma galera nova por aqui, sejam bem vindes! 💖
Ah, e não se preocupe se chegou agora, pois neste link aqui você pode encontrar as edições anteriores e se atualizar, beleza? (se quiser, claro).
Agora que já dei as boas vindas aos novos digitadinhes, bora continuar nosso bate papo sobre tédio e criatividade? Nesta edição, também falo mais sobre processos criativos.
Espero que goste!
- bru
Tempo estimado de leitura: 4 minutos
Se você esteve por aqui na edição passada, já deve ter tido uma boa noção de como a quantidade massiva de conteúdo gerada por minuto nas redes sociais pode interferir na nossa criatividade.
Em resumo, entedemos que o antídoto para essa sensação de urgência é justamente o tédio.
E vamos falar a verdade, ninguém gosta de sentir tédio. Ele é mesmo desconfortável e muitas vezes nos deixa a sensação de improdutividade, inatividade.
E para evitar dar de cara com o danado, muitas vezes a gente opta por caminhos mais fáceis, como por exemplo, essa mania doida de enfiar goela abaixo do nosso cerebrinho uma tonelada de conteúdos em tempo recorde, o que nos leva à F.o.M.O, ansiedade, aceleração, senso de urgência, excesso de comparação e finalmente (olha só quem aparece aqui de novo) a sensação de improdutividade.
Então se todos os caminhos nos levam ao mesmo fim amargo da insuficiência, como usar o tédio ao nosso favor?
Nos últimos meses, reduzi bastante meu tempo nas redes sociais. Note que, nunca foi minha intenção ficar de fora delas, mas entendi que precisava passar mais tempo no modo offline.
A ficha caiu depois desse vídeo aqui (falei dele na edição passada, mas tô colocando aqui de novo), e posso dizer que tem sido uma experiência muito positiva.
O ponto principal foi entender que o descanso também é parte do processo criativo. E não, a gente não descansa deitade rolando o Reels por duas horas seguidas.
Imagine se Isaac Newton estivesse vidrado vendo o feed do Instagram quando a maçã caísse da árvore? Pode esquecer a criação da lei da gravitação universal.
A observação do mundo ao nosso redor é uma ferramenta muito importante para abastecer nossas ideias, e para isso, precisamos estar presentes e suportar o tédio de, por exemplo, sentar em um parque sem nenhuma interferência.
A criatividade está na arte de combinar o que a gente vê, ouve, lê, sente, cheira, toca, lembra. E não nos permitimos acessar todas essas camadas se estamos sempre olhando para a tela dos nossos celulares.
Não se preocupe em deixar o tédio vir. A mente humana o detesta, e é por isso mesmo que ela começa a combinar e criar coisas. Por que você acha que muitas vezes temos ideias no banho, hein? 😎
Eu te respondo: é porque temos menos interferências ao nosso redor.
Na próxima edição: a terceira e última parte desta reflexão falará sobre criar conteúdos de maneira mais consciente levando em consideração nosso contexto atual.
Alinhando o processo criativo com as estações do ano.
Em minhas andanças e leituras sobre processo criativo, me deparei com uma filosofia bastante interessante: a de pensar na produtividade de maneira sazonal.
Neste texto (EN), o professor e escritor Matt Thomas sugere que, assim como as estações do ano interferem na natureza, também interferem em nós, meros humanos.
Por exemplo, durante o inverno, será que a gente não se sente mais introspectivo, a ponto de querer ficar mais em casa e escrever mais? 🤔 Ou o contrário, talvez você fique mais motivade no verão.
Olha só esse exemplo do Lee Child.
O autor dos thrillers de Jack Reacher começa uma nova história todo 1º de setembro durante o outono e termina na primavera, usando o restante do ano para fazer outras coisas, entre elas, viajar.
Não sei você, mas achei isso bem legal.
Essa rotina rende a ele pelo menos um livro por ano.
Você pode ler mais sobre a rotina dele aqui. :)
E o livro, hein?
Falando em rotina de escrita, comecei a planejar a minha. :)
A meta inicial é dedicar pelo menos 3 horas semanais a favor do livro, intercalando entre pesquisas e escrita.
Para a história, estou utilizando uma estrutura narrativa de onze partes, a ideia é que até o final de dezembro eu escreva pelo menos as três primeiras.
Para chegar nesse objetivo, levei em consideração o tempo que tenho disponível no meu dia a dia e o que considero ideal para manter a constância.
Vou contando para vocês se o planejamento está funcionando ou não. 😉
Me desejem sorte! ✨
Tomatinhos
Falando em tédio, durante a pandemia escrevi uma crônica que se formou na minha cabeça depois de uma simples caminhada até a padaria. Gravei o texto em áudio com várias imagens aleatórias do meu celular. Vem conferir como ficou!
Você não é especial. Esse texto fala sobre buscar mais conexões com as pessoas ao invés de tentar ser perfeito em tudo. Vale muito a leitura!
O escritor precisa ser quatro pessoas (EN), o obcecado, o idiota, o estilista e o crítico. Texto bem interessante do autor de Roube como um Artista para te inspirar. Confira aqui!
É de São Paulo? Dia 26 de novembro a partir das 14h30 tem Cerimônia de entrega do Prêmio ABERST. Meu conto, Nós, recebeu selo destaque no prêmio na categoria narrativa curta de suspense. Estarei por lá, se você quiser me dar um oi. Informações aqui.
Obrigada por ler mais uma edição do “bruna está digitando…“ até o final :)
Todo mês, um novo conteúdo sobre processos criativos, escrita e inspirações direto na sua caixa de entrada.
Até dezembro!
Bruna Corrêa — publicitária, redatora, escritora de ficção, e-mails e devaneios.
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