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o clímax
As últimas semanas foram intensas por aqui. Não é para menos. Foi minha primeira e última vez publicando um primeiro livro. Louco, né?
Em junho, As Mariposas da Morte foi lido e discutido pelos assinantes do Clube Sexta Feira da editora O Grifo, onde recebi avaliações, resenhas e mensagens carinhosas pelo WhatsApp e pelo Instagram. Eu não poderia estar mais feliz.
Até o cansaço pareceu evaporar em meio a tanta novidade.
No dia 06 de julho tivemos o evento de lançamento oficial do livro na Poison Books. Teve bate-papo comigo e a autora Dani Costa Russo, sessão de autógrafos e, para a minha grande surpresa e alegria, o evento lotou e os exemplares ESGOTARAM.



Parece até história de livro. A autora que, desde a adolescência, sonhava em ser publicada, passa por diversos desafios, provações, duvida de si mesma, encontra seus aliados, segue persistindo até que…
foi melhor do que eu poderia imaginar!
A sensação de orgulho é imensa, não vou negar.
E, claro, também teve muita entrega no processo e é justo reconhecer.
Agora, sim, posso dizer que meu primogênito está oficialmente lançado e finalmente pode ser adquirido no site da Editora O Grifo e na Amazon. 🎉
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de volta aos rascunhos
Finalizei a escrita de Mariposas em 2023 e já estou encarando as páginas em branco de novo.
Desta vez, a experiência está sendo um pouco diferente. Aprendi muito com As Mariposas da Morte, o que me rendeu alguns devaneios, percepções e investigações sobre o meu processo criativo.
É aquela velha luta: encarar a página em branco.
E a escrita só sobrevive quando ousamos desbravá-la.
Mas nem sempre é fácil encarar o vazio.
Para mim, a grande questão nunca foi escrever rápido ou devagar, até porque me considero lenta em relação a outros e outras colegas. A grande questão é deixar fluir. Confiar no processo e nas conexões que a mente faz, principalmente se for o primeiro rascunho (ou o rascunho “foda-se”, como gosto de chamar).
Cada vez mais encaro os rascunhos como uma expedição pela pedra bruta.
Como se eu fosse uma arqueóloga, escavando e escavando o deserto de páginas em branco até arrancar de lá as letras, as palavras, as frases, um texto, uma história. Após encontrar meu material bruto, deixo ele lá, descansando em um armário mental, marinando, enquanto planejo sua lapidação.
Aos poucos, vou dando forma. Adiciono os detalhes, dou vida e movimento. Ritmo. Mais uma lixadinha aqui e ali antes de mostrar para alguém. Aí aparo mais algumas arestas e a história vai tomando forma.
Confesso que amo esse processo artesanal de escrita e reescrita. É a história por trás da história, algo que dificilmente uma inteligência artificial poderia replicar, vai por mim.
Acho que por isso me encanto tanto por processos criativos. Cada um deles é único.
Agora que Mariposas voa livre, retorno ao deserto com as minhas ferramentas em mãos, pronta para escavar os próximos mistérios.
Tomatinhos
Algumas aleatoriedades
Falando em As Mariposas da Morte, se você quiser saber mais sobre o livro, vale a pena ler esta resenha feita pela jornalista Andreia Santana. Até agora, foi um dos textos mais atentos e lindos sobre minha escrita. Amei ser lida por ela.
Últimas leituras:
| Legítima Defesa, Iza Artagão
uma história envolvente e fluida sobre uma mulher tentando sobreviver ao casamento tóxico e às leis que sempre favorecem aos homens. Recomendo!
| A Morta Apaixonada, Théophile Gautier
uma edição belíssima do Selo Clepsidra e um clássico do gótico vampiresco que vale a pena conhecer.Para os fãs de videogame. Nas últimas semanas finalizei o jogo Hellblade 2 - Senua’s Saga, a continuação de Senua’s Sacrifice.
Confesso que a história não foi tão marcante para mim quanto a primeira, mas, ainda assim, tem beleza, horror e muitas metáforas, dentre elas, a necessidade de nomear nossos monstros. Recomendo demais!
Obrigada por ler mais uma edição do “bruna está digitando…” até o final :)
Fique à vontade para me contar o que achou desta edição.
Bruna Corrêa — escritora de ficção, e-mails e devaneios.
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