🤘Edição #17: as andanças de um passado encontrando o presente.
O que a nossa história conta sobre o agora? De repente, vejo que o caminho do antigo apartamento até a antiga escola, não era assim tão longo como me lembrava. Ainda bem.
Oiê, mais uma edição chegou com muitos devaneios.
Precisei dar uma boa descansada em janeiro, mas já estou por aqui, e com uma super novidade. 👀
Um beijo,
Bru.
Tempo de leitura: 5 minutos
Janeiro foi um mês de descanso. Precisei arejar a mente, não só após meses e meses focada na escrita do livro, mas também pela inquietude de saber quais seriam as próximas etapas.
“As Mariposas da Morte” foi um passo pessoal muito importante e, ao mesmo tempo, me fez pensar em toda a trajetória até aqui. E quando digo trajetória, falo da garota de treze anos com o olho pintado de preto, pulseiras de espinho e inúmeras fanfics de banda, salvas em pastinhas no computador.
Pensei muito nela nas últimas semanas. As memórias afloraram mais quando caminhei pelo bairro onde vivi parte da minha infância e toda a adolescência, lá em Santo André, cidade do ABC Paulista. Cada esquina, prédio e casa me contaram uma história. Não tirei fotos do passeio, entretida demais, contando ao meu marido, algumas das tantas aventuras por aquelas ruas.
Foi uma época muito feliz e de dor também.
É adolescência que fala, né? Esse período nebuloso onde a gente tenta se descobrir, ansiando caber em algum buraco, só para receber aceitação externa.
Por isso, refazer o caminho cotidiano do antigo apartamento até a antiga escola, onde tive meus melhores anos escolares, diga-se de passagem, foi restaurador para minha adolescente interior.
Primeiro porque aquela rua parecia gigante perto da menina com a ilusão de ser dona do próprio nariz, por ir à escola desacompanhada dos pais. Me dei conta de que o trajeto não era tão longo quanto me lembrava. Ali, sobre as mesmas calçadas, caminhei muitas vezes com fones de ouvido e minhas bandas preferidas. Às vezes com raiva do mundo, por não me sentir validada, e em outras, acumulando histórias, inventando diálogos, falando sozinha e construindo cenas inteiras na cabeça, igual a um filme. Sonhava, sonhava e sonhava.
E depois, por perceber estar ali, sustentada por pernas de mulher adulta, andando entre as árvores das quais não alcanço mais as copas, após realizar o sonho mais intenso daquela adolescente dramática e apaixonada por escrever.
Por um breve instante, todas as versões de mim viveram ao mesmo tempo.
Foi importante reconhecer o topo das mesmas árvores, agora mais esticadas para o céu do que antes, enquanto as raízes afundam no chão e cavam o inferno.
Crescer é isso, não é?
Céu e inferno.
E entre os extremos, existe um tronco inteiro de acontecimentos, sustentando galhos, folhas e flores, conectando tudo. É a nossa dendrocronologia.
Inclusive, essa conversa toda me lembrou esse trecho da newsletter do
:“Esse símbolo, que parece uma rosquinha com a cobertura derretendo para o próprio centro, mostra que a gente tá sempre voltando pro mesmo lugar, mas não pelo mesmo caminho. Quando a gente chega de novo no ponto em partimos, já estamos transformados.”
Aliás, super recomendo a leitura do texto completo. 👇
(Via
)E aí, já fez o exercício de voltar para um lugar e perceber o quanto se transformou?
Me conta! 👇
E o livro, hein?
Tenho novidades edificantes! 👀
As Mariposas da Morte vai sair do papel, digo, do meu computador e ir para o plano real: assinei o contrato de publicação com a editora O Grifo.
Mas antes, quero agradecer a você, assinante desta newsletter, por acompanhar um pouco de todo o processo comigo. 💖
A previsão é do livro sair ainda em 2024, então por hora, é só esperar que logo, logo, venho com mais informações. Minha ideia é soltar as fofocas primeiro por aqui, antes dos meus outros canais. Então se ainda não assinou…
E se quiser quer matar ou aguçar um pouco da curiosidade, fiz um conteúdo no Instagram com imagens de alguns dos elementos envolvidos na trama, vem espiar. 👇
Nem preciso dizer que estou muito feliz, né? E claro, bastante ansiosa para contar mais sobre a história, os elementos, sinopse, tudinho. Ai meu coração! 💖
Últimas leituras
Sim, temos seção nova por aqui, uma sugestão da minha amiga Samara Mello. Beijo, Sami!😘
✨ Caí no esquema de pirâmide da Sarah J Maas e nos últimos dois meses li: Corte de Asas e Ruína, Corte de Gelo e Estrelas e Corte de Chamas Prateadas, sendo o último, meu preferido de toda a saga.
✨ O Ego é o seu Inimigo, de Ryan Holiday, me rendeu algumas boas reflexões.
✨ Carmilla, de Sheridan Le Panu, um clássico de 1872 na edição lindíssima da Editora Wish com o Sebo Clepsidra, agora da Darkside Books.
✨ Salitre, de Danielle Sousa, um livro fininho, que diz muito sobre a dor compartilhada entre as mulheres. Impecável do início ao fim.
Tomatinhos
Hoje nosso suco de tomate traz algumas newsletters para você conhecer:
🤘Amei esse texto da
sobre o potencial destruidor da adolescência.
🤘Dicas edificantes para uma escrita mais elegante na newsletter da
. Desabafo: não sei você, mas detesto quem força “escrever difícil” na tentativa de parecer mais inteligente.
🤘A escritora e roteirista
lançou um curso para quem quer aprender e aprimorar suas narrativas de terror, chamado O Drama é Dark (amei o nome, inclusive). Deixo aqui para quem quiser conhecer.
🤘Essa entrevista com as autoras Larissa Prado e Verena Cavalcante para você entender mais da íntima relação entre as mulheres e o horror.
Obrigada por ler mais uma edição do “bruna está digitando…” até o final :)
Fique à vontade para comentar ou responder este e-mail, me contando o que achou.
Até março!
Bruna Corrêa — publicitária, redatora, escritora de ficção, e-mails e devaneios.
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QUe supresa boa, Bruna! Muito obrigado! <3
Obrigada pela referência e parabéns pelo livro!