Oiêêê! Bora para a edição de estreia da newsletter!
Hoje vamos falar sobre começos e recomeços na escrita de ficção, o sacode que uma série da Amazon Prime me deu e de onde surgiu a ideia para o livro que estou escrevendo. Espero que goste! :)
- Bruna
Tempo estimado de leitura: 4 min
Começos nem sempre são fáceis. Muitas vezes é preciso coragem.
Mas recomeçar também tem as suas complexidades: você precisa se reerguer depois de ter saltado de braços abertos no precipício dos processos, incertezas e dúvidas, sabendo que terá que lidar com tudo isso de novo.
Em 2011 publiquei, em um site de fanfics, o primeiro capítulo do que foi a minha primeira história original. Lembro que fiquei muito insegura, mas não deixei que isso me impedisse, ainda bem, já que essa foi a primeira vez que me vi como escritora.
Aí bateu a síndrome da impostora, né? Eu acreditava que para ser uma escritora de verdade, eu precisava fazer muito mais, e com o tempo, o processo se tornou custoso.
Então entre uma autocobrança absurda, problemas pessoais, equilibrando escrita, trabalho e um canal no Youtube… travei.
Foi aí que em 2017 tive meu plot twist. Depois de um tempinho afastada da escrita, finalmente consegui retomar a narrativa e dizer para as pessoas que sim, sou uma escritora. A diferença é que dessa vez eu teria de recomeçar, e tudo bem.
Essa news é sobre meu recomeço e também um novo começo. :)
Obrigada por estar aqui.
“Não planeje. Trabalhe.“
Esse foi o socão que eu recebi no meio da cara enquanto estava assistindo The Marvelous Mrs. Maisel.
A série de humor conta a história de uma dona de casa que descobre ser uma talentosa humorista de stand-up.
Situada entre as décadas de 50 e 60, Marvelous Mrs. Maisel traz discussões importantes sobre o papel da mulher na sociedade e como o humor também tem seu viés político.
A frase em questão foi dita durante um sacode que a protagonista recebeu de um amigo. Sabe quando você prefere ficar na zona de conforto, buscando milhares de formas de se sabotar para não se frustrar ao invés de focar e fazer o que precisa ser feito?
É mais ou menos isso que está acontecendo no contexto da cena.
Agora, toda vez que percebo que estou me sabotando ou deixando de fazer algo por medo, receio da frustração ou por pensar demais, só escuto de fundo a voz do Lenny Bruce falando: “Don’t plan. Work!“
Vou deixar aqui a cena em que a frase foi dita para quem quiser assistir (pule para o minuto 3:29 para não ver spoilers). Quem sabe ela não te dá um sacode também? :)
E o livro, hein?
Bora falar do processo criativo do livro!
Tô desde que joguei Hellblade com a ideia do meu primeiro romance marinando na cabeça. Apesar de ser um terror psicológico bem tenso, o jogo de alguma maneira me ajudou a olhar para a ansiedade de um jeito diferente.
“As batalhas mais duras são combatidas na mente.“ — Hellblade
Depois disso, decidi que queria falar sobre ansiedade no meu livro.
Dia 27/11/21 foi o primeiro registro que fiz, tentando organizar a sopa fervente de ideias. Eu estava tão maluca com tantas possibilidades para a história que não sabia nem por onde começar.
Dia 16/12/21 transcrevi para o papel tudo o que estava na minha cabeça, mesmo que inicialmente não fizesse sentido algum, e acredite, foi a melhor coisa que eu fiz. É diferente quando a gente olha para a situação do lado de fora, né?
Muitas vezes a gente quer controlar o processo e fica naquele pensar demais, querendo que as coisas já assumam a sua mais perfeita forma.
Mas ó, descobri que o lance é não pirar com isso. Esse primeiro momento é para você se divertir e deixar a mente trabalhar livremente, sem preconceitos, tá? Só escreve ou faz o que vier na cabeça, a parte de organizar, de qualquer jeito, virá depois.
Alguém morre atacado por pedradas — frase aleatória que encontrei nas minhas primeiras anotações. 😬
E é justamente na parte de organizar que me encontro agora: estou realizando o planejamento de cenas e reescrevi o primeiro capítulo umas 5 vezes. (mas isso é história para a próxima edição).
Anexos
Essa é a abinha que destinei para aleatoriedades e coisas legais que encontrei por aí.
Eu amei esse exercício para praticar a criatividade. Acho que a gente podia fazer uma versão escrita desse exercício pegando frases aleatórias que ouvimos na rua e criar um conto ou microconto em cima. Se fizer o exercício, me manda? :)
Essa mariposa me lembrou bastante o plot do meu livro em andamento.
Para viagens rápidas no tempo, olha o perfil dessa moça!
Gosta de identidades visuais bonitas? Conheça o Coletivo Navegante. Eles fizeram essas ilustrinhas lindíssimas que estão acompanhando a newsletter. :)
Fiz um videozinho resumindo os dois dias da Bienal, bem resumidinho mesmo.
Ah, e essa frase aqui também fala de começos:
“Não espere até saber quem você é e exatamente o que quer fazer, para só então começar. Comece e o resto se define naturalmente no caminho.” — Austin Kleon
Acredito que começar ou recomeçar é muito menos com um “Vai lá e faz“ e muito mais um “comece de algum jeito“. Muita coisa a gente vai aprender durante o processo, no dia a dia, nos fragmentos de cada passo.
O que são os começos e recomeços para você?
Obrigada por ler a primeira edição do “bruna está digitando…“ até o final :)
Todo mês, um novo conteúdo sobre processos criativos, escrita e inspirações direto na sua caixa de entrada.
Até agosto!
Bruna Corrêa.